terça-feira, 30 de junho de 2009

A visita

Hoje meu irmão veio visitar meu pai! O Dú também. Ele está bastante fraco. O Dú ficou chocado, esperava encontrá-lo melhor. O Eder se mostrou esperançoso... O achou melhor que da última vez. Eu acho que já me acostumei... Sinto muito certa sua recuperação. Hoje o tio Carlinhos vem dormir com ele. Depois dessa arritmia sentimos a necessidade de muito perto dele estar. Nesse momento a gente torce pra esse rim reagir ao tratamento, disso depende sua recuperação. É verdade que o estado é complicado, mas é tudo reversível. Palavra de médico! Isso nos motiva, e nos move adiante! Eu queria muito vê-lo bem novamente! Estamos todos sofrendo demais. Ele com o tratamento, nós de vê-lo assim e anciosos pelo seu retorno a uma vida normal. Como toda semana, essa também se iniciou nos assustando. Na primeira semana de internação, foi o aumento da pressão, que não havia remédio que controlava, seguido de pneumonia. Controlado esses problemas, na segunda semana foi edema pulmonar agudo o que lhe resultou em uma falta de ar sofrida. E então viemos semana a semana, com algumas complicações que eram resolvidas ou melhor, controladas. E agora essa estranha arritmia. Seguimos. Assim sem rumo. Esperando por essa árdua melhora. Estou procupada, pois quanto mais avança sua estadia neste hospital, mais fraco ele fica. Como é que ele vai se recuperar, sem se alimentar direito...
Que bom que os meninos vieram! Ele ficou feliz! Eu fico também...

segunda-feira, 29 de junho de 2009

HOJE

HOJE eu fico aqui com meu pai... serei sua companhia ao longo dessa longa noite... Os acontecimentos continuam a nos surpreender! Eu tenho oscilado na esperança e na angústia e hoje eu me sentia melhor, apesar de nesse momento a gente estar enfrentando uma forte arritmia. Como já disse na minha condição leiga sofro menos que minha irmã, pois não irei formular nenhum disgnóstico possível para essa situação... Sigo na fé e na esperança de que este é só mais um passo, mais um pequeno contratempo que iremos transpor... Mas confesso que olhar para a Li e ver claramente pequenas rugas de preocupação em sua testa com o presente estado, me assusta sim! Queria poder ajudar, ter o poder de reverter tudo isso, sofro com o pensamento que pudíamos ter feito o exame que nos trouxe até aqui antes, e então vejo que a única coisa que posso fazer é rezar, e tento orar, mas todos esses pensamentos me disvirtuam, e eu continuo no meu estado agitado e atribulado... então fecho os olhos, num súbito de conseguir um insignificante minuto de concentração para dizer "Jesus, eu Confio em Ti". Não consigo lhe pedir nada nesse momento, porque sinto medo, mas confio em Ti.
Já estamos na madrugada do dia 30 de junho, volto ao meu post iniciado algumas horas depois de chegar aqui e depois de passar quase 6 horas com o olhar fixo em um monitor de frequência cardíaca sem entender um centímetro do que aqueles riscos gráficos que se alternam para cima e para baixo significavam, resolvi vir aqui escrever, continuar meu post para aliviar essa ansiedade que me consume. Ora, você pode me perguntar porque então passar uma noite olhando para tal monitor sem nada entender... e eu lhe respondo que na minha sábia ignorância, se ao chegar no hospital, aquele parâmetro era aceitável, qualquer mudança no que eu estava vendo seria motivo mais que convincente para chamar a enfermagem, os médicos etc. Poderia ser uma mudança negativa, mas também poderia ser uma melhora dessa arritmia, eu certamente não saberia o que estaria acontecendo, mas poderia agir pra ganhar tempo no atendimento ao meu pai. Nesse momento, o sono me vem avassalador... Pois nada mudou! Não sei se agradeço ou se desespero. Sei que ele estava arritmico quando cheguei e sei também que apesar de diversas drogas e aumentos de doses nada tinha mudado. Pelo menos isso eu sabia. E como sabia. Por isso vim escrever, tendo findado minha caixinha de chocolates, era o que me restava para aplacar a ansiedade. Na verdade só vim aqui confessar que me encontro ansiosa, e que tenho medo do que tudo isso pode acasionar!
HOJE eu estou aqui. O dia está quase nascendo... ele dorme agitado... a respiração me assusta... o coração disparado me assusta... então procuro trabalhar minha mente, pois afinal não sou médica, tudo o que vejo e leio ali não me diz nada... esboço perguntar como está a um enfermeiro aqui outro acolá, para qual pergunta recebo um tão vazio "estável" de resposta. Então sossego meu coração, me apoio na minha fé, agarro a esperança e sigo olhando no monitor da frequência cardíaca...
HOJE eu agradeço a Deus por poder estar mais um dia com ele. Pois maior seria minha angústia se ele não estivesse aqui...

sábado, 27 de junho de 2009

Surpresas da Vida!!!

Embora me custe acreditar, cá estou... em um hospital. De companhia, só o frio, que não consigo comparar. Foi tudo muito rápido. As coisas não tem sido fáceis a tempos... mas por essa eu realmente não esperava. Tenho muita fé em Deus, acredito em seus projetos, só assim cheguei até aqui. Muitas vezes me pergunto como. Tenho estado engasgada com todos esses sentimentos. Sinto uma necessidade imensa de eternizá-los, porque embora o melhor seria esquecê-los, nesse momento é o único jeito que encontro de me livrar deles... Não me desfazendo deles, e sim os guardando, não em mim, em algum lugar! Assim eu consigo tentar me desvencilhar deles... Embora tristes, são partes de mim! Nesse momento, eu teria todos os motivos do mundo pra não querer estar neste hospital. Já passam das 02:00, o frio vem de encontro, forte, marcante embora tão silencioso, mas logo ali ao meu lado, uma das pessoas mais importantes da minha vida, meu mestre, meu ídolo, meu pai. E poder estar aqui neste momento me conforta, agradeço a Deus a oportunidade de poder dele cuidar, de poder ao seu lado estar. Tento organizar minha angústia, essa que não consigo explicar, mas que preciso externizar para encontrar alívio e paz... A poucos minutos ainda tentava com ele conversar... E essas conversas ficam cada vez mais espassadas... Cada vez mais raras... são pequenos momentos que seu cansaço, que sua dor, que seu corpo consegue suportar. Ele me chamou a pouco, me fez perguntas sobre a empresa as quais não ouviu mais que meia dúzia de palavras... Essa oscilação entre a consciência e a falta dela, entre o estar desperto e o sono me assusta. Talvez porque sou leiga, mas é fato que ele está com dificuldades de vencer essa primeira etapa. Eu assim vivo assombrada, com medo do que estar por vir... Tenho medo dos próximos exames, tenho esperança sim de que logo isso vai começar a mudar, mas tenho medo. Esperavam por uma melhor resposta desse rim, por melhores parâmetros em determinados exames, eu prefiro não saber, não ver, só pensar que tudo vai passar. Tenho urgência em ver essa melhora... esse sofrimento dele, nosso, me angustia. Entre um minuto e outro, fito seus olhos, que são preocupados... Pergunto se está tudo bem... Ele sempre acena que sim... Então me levanto, arrumo suas cobertas, pergunto se quer algo, uma água, ou talvez uma massagem nos pés, ou seria nas mãos, uma conversa... Mas a essa altura ele já está dormindo novamente. Ora, depois de tantos contratempos, de tantos exames, tantas agulhadas e remédios ele ainda acena que sim... Minha angústia cresce porque sei o quanto ele é forte, o quanto deve lhe doer esse tratamento, tanto físico quanto mentalmente, e o tamanho de seu esforço de nos assegurar que apesar de tudo que estamos vendo, ele está bem!
Assim tem sido nossa rotina, a essa altura já não consigo orar. Minhas orações são agitadas, atribuladas. Não consigo fazer esse contato com Deus. Então, me apresso a dizer: "Jesus, eu confio em Ti, esteja conosco! De resto, só esse frio a me fazer companhia e a esperança de um novo e feliz dia se levantar!