sexta-feira, 17 de julho de 2009

Saudade...

O últimos quinze dias resultaram num turbilhão de sentimentos e acontecimentos. Por pior que ficava a situação eu não imaginava que podia acontecer... eu realmente acreditava na recuperação, acreditei até mesmo num milagre diante de tão difícil constatação... mas meu pai nos deixou no dia 05/07/2009. Sofri uma vida inteira em um dia, em poucas palavras de um médico, a me dizer o que eu insistia em não acreditar. Mas como?, me questionava. Tão rápido, tão doloroso. Ele era tão forte, tão cheio de vida e de vontade de viver, tão otimista, tão cheio de alegrias, tão, tão, tão... O mundo agora girava ao meu redor, girava exibindo um filme da minha vida, e eu relutava em acreditar que era verdade. O desespero era a minha única certeza, eu paralizei... e então senti um mundo inteiro sobre meus ombros. Fiquei sem saber o que fazer, na verdade eu não queria fazer... eu não queria nada! A vontade me faltava. O ar me faltava. Ele me faltava. Como seria sem seus conselhos, sem a sua calma e tranquilidade, sem sua capacidade de persuassão, sem sua companhia para as caipirinhas, para as conversas, para o violão. Como eu enfrentaria os problemas de trabalho, de relacionamentos, da minha própria mente, sem seus sábios e tranquilizantes conselhos. Com ele a vida me era mais fácil. Ele sempre me dava uma palavra amiga, que tranquilizava meu coração, que me acenava que eu podia seguir em frente afinal a vida era isso mesmo. Me ensinou que as experiências vividas, principalmente as mais tristes me tornava um ser humano melhor e que toda essa experiência, lembrança, sabedoria, nunca me poderia ser tirada. O que aprendemos, o que somos, nunca nos seria roubado. Poderiam nos tirar um mundo, mas nunca tirariam nossa história, nossa lembrança, nossa memória e todo o conhecimento que acumulamos. Ele era sábio. Eu gostava de conversar com ele. Ele era um ser evoluído! Esse trocadilho a gente, eu e ele, sempre usava para descrever pessoas assim, sensíveis, inteligentes e humanas que nos cruzavam o caminho. Como viveria sem nossas conversas ao longo dos trinta quilometros que percorríamos quase que diariamente do nosso trabalho ao nosso lar. A gente discutia, constatava, sentia, ria, se emocionava numa química perfeita! Ele me entendia. Eu entendia ele. Tínhamos os mesmos gostos. Acho que aprendi a gostar das coisas como ele. A gostar da vida como ele. A gostar de uma festa como ele. A gostar de dançar como ele. Hoje eu percebo isso. Era bom gostar das coisas que ele gostava, porque essas coisas eram sempre muito boas mesmo! A qualquer sinal de problemas ele se apressava em dizer que o importante era ter saúde, fé, e força de vontade pra seguir adiante ou até mesmo recomeçar. Vivemos momentos dificílimos com a empresa, mas nenhum teve papel tão grande na nossa vida a ponto de nos desestruturar. Ele não permitia. Agradecia pela saúde. Pela vida. Pelos amigos. Pelos netos que lhe davam tanta alegria. Difícil encontrar ser humano assim. Tão sereno. Tão certo. Como viveria sem aquela sinceridade irritante. Ele quase sempre me entregava. Mas tinha uma forma tão peculiar, tão própria de falar a verdade que convencia a todos em poucas palavras. Eram palavras sinceras, que saiam da alma e que tocava pela simplicidade e verdade. Não dava para se magoar. Como eu poderia viver sem ele era a única pergunta que me fazia naquele momento em que recebemos a triste notícia. Eu ainda procurava aquela esperança de que podia ser mentira. Aquele milagre em que me apeguei a poucas horas antes apesar de saber que o presente estado, os presentes parâmetros não eram compatíveis com vida! Com esses questionamentos eu já percebia o quanto a saudade doia. Ali eu já sentia saudade de tudo que vivemos juntos. Difícil demais. Golpe duro. Impossível acreditar.

2 comentários:

  1. Le querida tenha confiança que tudo vai dar certo vc vai ter força, coragem, de fazer tudo no seu trabalho na sua vida que seu pai ensinou, tenha certeza de que onde ele estiver vai estar te auxiliando na caminhada do dia dia vc vai ver, abraço forte!!! Mariana Tavares

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  2. Dodis do meu coração! Amo você de montão! kkkkkkkkkkkkkkkk! Gostou, né?!
    Seu blog é minha terapia! Não havia entrado aqui (nesse) ainda... Agora que já sei o caminho, rs, me espere aqui sempre! kkkkk! Brincadeiras a parte, você sabe que estou aqui pro que der e vier! SEMPRE! Vocês são muito importantes para mim, de verdade! Amo todos incondicionalmente! Beijos, fica/fiquem com Deus!

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